quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Uma resenha de O Outro Lado do Muro


Edyr Augusto Proença, no seu blog Opinião Não Se Discute escreveu esta simpática e arguta resenha do meu livro O Outro Lado do Muro. Ele se refere a uma edição anterior a que ora se encontra disponível na Livraria Saraiva. Deixo com vocês o link para o texto.
http://opiniaonaosediscute.blogspot.com.br/2016/07/o-outro-lado-do-muro.html

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O Fruto Sangrento de uma Árvore Diabólica: Ruanda, 1994.

Por Osvaldo Valente




No livro Ébano: minha vida na África, Ryszard Kapuscinski reproduz uma palestra que proferiu sobre Ruanda ou, mais precisamente, sobre o massacre que ocorre naquele país em 1994. Num mundo em que tudo é consumido e digerido com extrema rapidez e esquecido no mesmo ritmo, talvez possa parecer estranho voltar a algo já tão “velho”, tão antigo. Pessoalmente acho que vale o esforço na medida mesmo em que há uma lição permanente naquele episódio. É sobre essa lição que trata este texto.

domingo, 24 de maio de 2015

Kapuscinski e a Terra do Nunca

Por Osvaldo Valente



Postei, no Blog Literatura em Migalhas, dois pequenos textos sobre dois livros infanto-juvenis clássicos. Neles, Ferenc Molnár e Louis Pergaud exploram o mundo dos meninos e sua incerteza a respeito do mundo dos adultos. Ambos são obras literárias muito boas que tratam do amadurecimento que está logo ali, um pouco mais adiante na vida de alguns meninos que se dedicam a combates com grupos rivais. Defendem seus espaços e suas honras com exércitos fictícios e armas com reduzidíssimo poder letal.
Os livros são bem diferentes de Peter Pan, de James Barrie. Neste os meninos perdidos, liderados por um garoto que mais parece uma entidade da floresta, negam o amadurecimento. Naqueles, em um mundo sem mágica, o amadurecimento os espreita e suas brincadeiras e aventuras são parte dele.
Lendo um capítulo do livro Ébano: minha vida na África, do jornalista polonês Ryszard Kapuscinski, lembrei daqueles meninos húngaros e franceses, e de Peter Pan e sua idílica Terra do Nunca.

domingo, 17 de maio de 2015

Como diminuir a população carcerária: a receita sueca


Por Osvaldo Valente




Passeando pelo Facebook me deparei com a notícia de que a Suécia desativou quatro presídios por falta de prisioneiros. Claro que se trata de uma boa nova. Dei uma olhada no site que compartilhava a notícia e vi que tinha o link para a matéria do jornal inglês The Guardian de onde extraíra a notícia. Descobri que não era exatamente uma “novidade”. A notícia é de novembro de 2013. A matéria do site brasileiro também datava do mesmo ano.
A matéria, contudo, não deixa de ser interessante. Não tanto pelo fato que reporta, mas pela sinceridade com que os entrevistados tratam o mesmo.

domingo, 10 de maio de 2015

Licenças e Apostas

Por Osvaldo Valente


Dia de visitas em uma penitenciária brasileira: mães e mulheres levam "jumbos" para filhos e maridos encarcerados.

Sigo a revista Foreign Policy no Facebook por interesses outros que violência, prisões e criminalidade. Hoje, contudo, encontrei na minha timeline uma matéria que o site da revista publicou. O título é o seguinte: “No dia das mães, Brasil manda seus condenados para casa para ver suas genitoras”. Há uma dose cavalar de ironia já no título da matéria, pois o que traduzi como “genitora”, seria melhor traduzido como “mamãe”, uma forma infantilizada de se referir às mães dos presos.
Há outras ironias ao longo a matéria – o repórter parece genuinamente espantado com a importância que o dia das mães tem por aqui, perdendo em vendas apenas para o Natal –, mas isso não compromete um mérito que lhe atravessa o tempo todo: o esforço de ver os dois lados da questão.

domingo, 12 de abril de 2015

O Espetacular e o Repulsivo

Por Osvaldo Valente

Acabei de assistir ao filme argentino Relatos Selvagens (2014), de Damián Szifron, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano.  Com histórias curtas e díspares. Relatos tem uma única personagem principal: a violência. De fato, em todos os curtos “contos cinematográficos”, a violência está presente e justifica o uso do adjetivo “selvagens” do título do filme.
Gostaria de usar isso, a centralidade da violência nas histórias contadas para fazer um exercício que, acho, não é ocioso: compará-lo com o filme grego Miss Violence (2013), de Alexandros Avranas. E me explico desde já: ambos os filmes se propõem a ser reflexões sobre o tema. Daí a possibilidade de compará-los.
Cartaz do filme Relatos Selvagens de Damián Szifron

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Números e Mitos

Por Osvaldo Valente


O debate acerca da diminuição da maioridade penal ficou bastante acalorado nos últimos dias. No dia 31 de março, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou – com 42 votos a favor e 17 contra – o voto em separado do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), favorável à admissibilidade da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. A repercussão foi enorme. O caminho até a eventual aprovação da alteração na Constituição é ainda longo e, pelo que já se vê, complicado. O momento é de debate e assim deve sê-lo.
Como “sigo” a página pessoal da antropóloga Alba Zaluar no Facebook, vi que ela compartilhou um artigo da jornalista Eliane Brum para a edição brasileira do jornal El País, escrita um dia antes da aprovação pela CCJ da Câmara dos Deputados da admissibilidade da já referida PEC. O título do artigo não poderia deixar de ser mais claro: “Para Brasília, só com passaporte”.