domingo, 24 de maio de 2015

Kapuscinski e a Terra do Nunca

Por Osvaldo Valente



Postei, no Blog Literatura em Migalhas, dois pequenos textos sobre dois livros infanto-juvenis clássicos. Neles, Ferenc Molnár e Louis Pergaud exploram o mundo dos meninos e sua incerteza a respeito do mundo dos adultos. Ambos são obras literárias muito boas que tratam do amadurecimento que está logo ali, um pouco mais adiante na vida de alguns meninos que se dedicam a combates com grupos rivais. Defendem seus espaços e suas honras com exércitos fictícios e armas com reduzidíssimo poder letal.
Os livros são bem diferentes de Peter Pan, de James Barrie. Neste os meninos perdidos, liderados por um garoto que mais parece uma entidade da floresta, negam o amadurecimento. Naqueles, em um mundo sem mágica, o amadurecimento os espreita e suas brincadeiras e aventuras são parte dele.
Lendo um capítulo do livro Ébano: minha vida na África, do jornalista polonês Ryszard Kapuscinski, lembrei daqueles meninos húngaros e franceses, e de Peter Pan e sua idílica Terra do Nunca.

domingo, 17 de maio de 2015

Como diminuir a população carcerária: a receita sueca


Por Osvaldo Valente




Passeando pelo Facebook me deparei com a notícia de que a Suécia desativou quatro presídios por falta de prisioneiros. Claro que se trata de uma boa nova. Dei uma olhada no site que compartilhava a notícia e vi que tinha o link para a matéria do jornal inglês The Guardian de onde extraíra a notícia. Descobri que não era exatamente uma “novidade”. A notícia é de novembro de 2013. A matéria do site brasileiro também datava do mesmo ano.
A matéria, contudo, não deixa de ser interessante. Não tanto pelo fato que reporta, mas pela sinceridade com que os entrevistados tratam o mesmo.

domingo, 10 de maio de 2015

Licenças e Apostas

Por Osvaldo Valente


Dia de visitas em uma penitenciária brasileira: mães e mulheres levam "jumbos" para filhos e maridos encarcerados.

Sigo a revista Foreign Policy no Facebook por interesses outros que violência, prisões e criminalidade. Hoje, contudo, encontrei na minha timeline uma matéria que o site da revista publicou. O título é o seguinte: “No dia das mães, Brasil manda seus condenados para casa para ver suas genitoras”. Há uma dose cavalar de ironia já no título da matéria, pois o que traduzi como “genitora”, seria melhor traduzido como “mamãe”, uma forma infantilizada de se referir às mães dos presos.
Há outras ironias ao longo a matéria – o repórter parece genuinamente espantado com a importância que o dia das mães tem por aqui, perdendo em vendas apenas para o Natal –, mas isso não compromete um mérito que lhe atravessa o tempo todo: o esforço de ver os dois lados da questão.