domingo, 12 de abril de 2015

O Espetacular e o Repulsivo

Por Osvaldo Valente

Acabei de assistir ao filme argentino Relatos Selvagens (2014), de Damián Szifron, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano.  Com histórias curtas e díspares. Relatos tem uma única personagem principal: a violência. De fato, em todos os curtos “contos cinematográficos”, a violência está presente e justifica o uso do adjetivo “selvagens” do título do filme.
Gostaria de usar isso, a centralidade da violência nas histórias contadas para fazer um exercício que, acho, não é ocioso: compará-lo com o filme grego Miss Violence (2013), de Alexandros Avranas. E me explico desde já: ambos os filmes se propõem a ser reflexões sobre o tema. Daí a possibilidade de compará-los.
Cartaz do filme Relatos Selvagens de Damián Szifron

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Números e Mitos

Por Osvaldo Valente


O debate acerca da diminuição da maioridade penal ficou bastante acalorado nos últimos dias. No dia 31 de março, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou – com 42 votos a favor e 17 contra – o voto em separado do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), favorável à admissibilidade da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. A repercussão foi enorme. O caminho até a eventual aprovação da alteração na Constituição é ainda longo e, pelo que já se vê, complicado. O momento é de debate e assim deve sê-lo.
Como “sigo” a página pessoal da antropóloga Alba Zaluar no Facebook, vi que ela compartilhou um artigo da jornalista Eliane Brum para a edição brasileira do jornal El País, escrita um dia antes da aprovação pela CCJ da Câmara dos Deputados da admissibilidade da já referida PEC. O título do artigo não poderia deixar de ser mais claro: “Para Brasília, só com passaporte”.